William Blake Divine Image (1789, from «Songs of Innocence») To Mercy, Pity, Peace, and Love,
All pray in their distress,
And to these virtues of delight
Return their thankfulness.
For Mercy, Pity, Peace, and Love,
Is God our Father dear;
And Mercy, Pity, Peace, and Love,
Is man, his child and care.
For Mercy has a human heart Pity, a human face; And Love, the human form divine; And Peace, the human dress.
Then every man, of every clime, That prays in his distress, Prays to the human form divine: Love, Mercy, Pity, Peace. And all must love the human form, In heathen, Turk, or Jew. Where Mercy, Love, and Pity dwell, There God is dwelling too. *** William Blake Divina Imagem (1789, das “Canções da Inocência”) tradução Fabio Malavoglia Clemência, Piedade, Amor e Paz
Pedimos na hora da aflição,
E a tais virtudes de doçura Retorna a nossa gratidão.
Clemência, Piedade, Amor e Paz, por elas é Deus, o Pai, querido; Clemente, Piedoso, Amante e em Paz, é o Homem, seu filho protegido.
Clemente, por ter um coração humano,
Piedoso, daí a sua humana face;
De Amor, divina, a forma humana,
De Paz, a sua humana veste. E todo homem então, do oeste até o leste, Orando, na hora da aflição, Que ore, divina, à forma humana: Clemência, Amor, Piedade, Paz.
E unidos a humana forma amem, Pagão, islâmico, ou judeu. Pois onde Clemência, Amor e Paz habitam,
lá Deus também se estabeleceu. .................................................................... Sophia de Mello Breyner Andresen
A paz sem vencedor e sem vencidos
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos.
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Jorge Luís Borges dos Fragmentos de um Evangelho Apócrifo Não falo de vinganças nem de perdões, o esquecimento é a única vingança e o único perdão. .................................................................... Louis Cattiaux de “A Mensagem Reencontrada” XXXX 4 . Lembremo-nos das más ações que cometemos e esqueçamos as que sofremos. XXXX 4’. Lembremo-nos das boas ações recebidas e esqueçamos as que fazemos.
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Gilberto Gil primeira estrofe de “A Paz”
A paz, invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais...
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Ricardo de Carvalho Duarte, Chacal de uma crônica na Folha de São Paulo “Com os dois lados falando a mesma língua, fica fácil um esmagar o outro, com seus canhões e suas razões históricas”. ....................................................................
Martin Luther King O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício. .................................................................... Mahatma Gandhi O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte. .................................................................... Louis Cattiaux de “A Mensagem Reencontrada”
XVII 22. Uma pequena paz vale mais do que um grande poder... .................................................................... Boris Vian Le Déserteur Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C’est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m’en vais déserter
Depuis que je suis né
J’ai vu mourir mon père
J’ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Qu’elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j’étais prisonnier
On m’a volé ma femme
On m’a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J’irai sur les chemins
Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens
Refusez d’obéir
Refusez de la faire
N’allez pas à la guerre
Refusez de partir
S’il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n’aurai pas d’armes
Et qu’ils pourront tirer.
***
Boris Vian O Desertor
tradução Fabio Malavoglia Senhor meu Presidente
Quiçá se no fim do mês
Lhe sobre quem sabe talvez
Tempo de ler a presente Pois recebi a costumeira
Convocação militar
Para que vá guerrear
Antes da quarta feira
Senhor meu Presidente
Eu não quero fazer isso
Na terra não vim a serviço
De matar uma pobre gente
Não é para lhe irritar
Mas é preciso que o diga
A decisão já é antiga:
Eu decidi desertar
Desde que nasci aqui
Assisti morrer meu pai
Ao irmão que então se vai
E a meus filhos chorar vi
A tal dor toda mãe sucumba
Mas a minha apenas zomba
Dos versos quanto das bombas
Porque já foi para a tumba Quando eu estava preso
Me tiraram minha esposa
E o que da alma repousa
No meu passado indefeso
Por isso amanhã cedinho
Eu vou bater minha porta
Na cara da história morta
Vou sair pelo caminho
A mendigar minha vida
Pelas estradas da França,
Bretanha e demais andanças
E vou dizer à torcida
Recusem ceder à espora
Recusem esta balela
Não vão jamais para a guerra
Recusem-se a ir embora
Mas se doar for urgente
O sangue a esta dieta
Dê o seu qual bom profeta
Da guerra meu Presidente
E se quiser me agarrar
Avise aos seus soldados
Que eu não estou armado
E que podem atirar.
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