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  • Foto do escritorFábio Malavoglia

Ep. 68 - Um poeta no exílio

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Oscar Wilde O ímã (conto) tradução de Fabio Malavoglia Era uma vez um Ímã em cuja vizinhança viviam umas limalhas de aço. Um dia, duas limalhas pensaram de repente em visitar o imã e começaram a falar de como seria agradável essa visita. Outras limalhas próximas ouviram a conversa e foram tomadas pelo mesmo desejo. Juntaram-se outras e no fim todas as limalhas começaram a discutir o assunto e aos poucos o vago desejo foi virando um impulso. “Por que não ir hoje?” disseram algumas, mas outras acharam que seria melhor esperar até o dia seguinte. Enquanto isso, sem perceber, tinham se aproximado do Ímã, que estava muito tranquilo, como se não se desse conta de nada. E assim continuaram discutindo, sempre aproximando-se do Ímã, e quanto mais falavam, mais forte ia ficando o impulso, até que as mais impacientes declararam que iriam nesse mesmo dia, fizessem o que fizessem as demais. Ouviu-se algumas delas dizer inclusive que visitar o Ímã era seu dever e que já fazia tempo que lhe deviam essa visita. Enquanto falavam, continuavam inconscientemente a se aproximar. Por fim prevaleceram as impacientes, e num impulso irresistível a comunidade inteira gritou:

– Inútil esperar. Iremos hoje. Iremos agora. Iremos no ato!

A massa unânime se precipitou e ficou grudada no Ímã por todos os lados. E o Ímã sorria, porque sabia que as limalhas de aço estavam convencidas que sua visita... tinha sido... voluntária.

.............................................................. Oscar Wilde frases * Posso resistir a tudo, menos às tentações.


* Seja você mesmo. Todas as outras personalidades já têm dono.

* Amar a si mesmo é o começo de um romance perpétuo.

* Nenhum crime é vulgar, mas toda vulgaridade é um crime.

* A moda é uma variação tão intolerável da feiúra que tem de ser mudada de seis em seis meses.


* A vida é muito importante para ser levada a sério.


* A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.


* Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. ..............................................................


Oscar Wilde Inpressions: Le Jardin The lily's withered chalice falls

Around its rod of dusty gold,

And from the beech trees on the wold

The last wood pigeon coos and calls.


The gaudy leonine sunflower

Hangs black and barren on its stalk,

And down the windy garden-walk

The dead leaves scatter, — hour by hour.


Pale privet-petals white as milk

Are blown into a snowy mass:

The roses lie upon the grass

Like little shreds of crimson silk.

*** Oscar Wilde Inpressions: Le Jardin (Impressões: O Jardim) tradução de Fabio Malavoglia Despenca o cálice do lírio ressecado,

Poeirento ouro pelo talo se derrama,

Última pomba da mata arrulha e chama

Longe nas faias do campo desolado.


O leonino girassol vistoso outrora

Pende árido e negro sem alento,

E nas aleias do jardim o vento

Folhas mortas espalha - hora a hora.


Leitosas pétalas de alfeneiro enfim

Na neve pousam numa branca pasta,

E sobre a grama as rosas jazem gastas

Em breves tiras de seda carmim. .............................................................. Oscar Wilde Symphony In Yellow

An omnibus across the bridge

Crawls like a yellow butterfly,

And, here and there, a passer-by

Shows like a little restless midge.


Big barges full of yellow hay

Are moored against the shadowy wharf,

And, like a yellow silken scarf,

The thick fog hangs along the quay.


The yellow leaves begin to fade

And flutter from the Temple elms,

And at my feet the pale green Thames

Lies like a rod of rippled jade. *** Oscar Wilde Sinfonia em Amarelo tradução de Fabio Malavoglia Um ônibus ao longe na ponte

Passa, borboleta amarela,

Pelos transeuntes, vide lá,

Insetos miúdos no horizonte.


Gordas barcaças de feno amarelo

Atracam contra as sombras do cais,

E a seda amarela da névoa se faz

Véu espesso na doca a escondê-lo.


Amarelam as folhas do arvoredo

Do Templo a cair rodopiantes,

E o jade do Tamisa adiante

A meus pés faz fluir verde enredo. ............................................................... Oscar Wilde Inpressions: Le Reveillon The sky is laced with fitful red,

The circling mists and shadows flee,

The dawn is rising from the sea,

Like a white lady from her bed.


And jagged brazen arrows fall

Athwart the feathers of the night,

And a long wave of yellow light

Breaks silently on tower and hall,


And spreading wide across the wold

Wakes into flight some fluttering bird,

And all the chestnut tops are stirred,

And all the branches streaked with gold. *** Oscar Wilde Inpressions: Le Reveillon (Impressões: O Ano Novo) tradução de Fabio Malavoglia Em rubros feixes o céu se inflama,

Névoa e sombra errantes vão embora,

E do oceano ergue-se a aurora,

Alva dama que sai de sua cama.


Farpadas flechas raiam insolentes

Através da noturna plumagem,

Loura onda de luz tece a imagem

De uma torre onde irrompe silente,


E ampla espraia pelos descampados,

Vôos desperta de aves ligeiras,

Move a copa de toda nogueira

E os ramos com ouro estriados. ............................................................... Oscar Wilde The Balad of Reading Gaol – VI

In Reading gaol by Reading town

There is a pit of shame,

And in it lies a wretched man

Eaten by teeth of flame,

In a burning winding-sheet he lies,

And his grave has got no name.


And there, till Christ call forth the dead,

In silence let him lie:

No need to waste the foolish tear,

Or heave the windy sigh:

The man had killed the thing he loved,

And so he had to die.


And all men kill the thing they love,

By all let this be heard,

Some do it with a bitter look,

Some with a flattering word,

The coward does it with a kiss,

The brave man with a sword. *** Oscar Wilde A Balada do Cárcere de Reading – VI (final) tradução de Fabio Malavoglia Na masmorra rude da cidade rude

Numa fossa se carcome

A vergonha onde jaz o desgraçado

Para os dentes de fogo e sua fome

E a mortalha ardente onde deitado

Sob a tumba tem gravado nenhum nome


E que lá, até Cristo erguer os mortos

Lhe concedam enfim silente encosto,

Sem nenhum derramar de choro em vão,

A esvair-se em soluços pelo rosto,

pois o homem matou o que amava

E morrer portanto foi-lhe imposto


E todo homem mata o que ele ama,

seja a sina ante todos anunciada,

Alguns com olhar amargurado,

Alguns com lisonja rebuscada,

O covarde mata com um beijo,

O valente o faz com sua espada.


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Oscar Wilde

da comédia “Um Marido ideal”

fala do Visconde Arthur Goring:


Não Lady Chiltern, não sou um pessimista. Na verdade, nem estou muito certo de que saiba realmente o que significa a palavra pessimismo. Tudo quanto sei é que a vida não pode ser compreendida sem muita caridade, não pode ser vivida sem muita caridade. É o amor, e não a filosofia alemã, a verdadeira explicação para este mundo. Qualquer que possa ser a explicação do outro


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