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  • Foto do escritorFábio Malavoglia

Episódio 27

ARTE E MAGIA – PARTE II Textos do Episódio

 

Humanidade Fabio Malavoglia


Nos desmedidos

desfiladeiros do Tempo

há procissões e coros.

E de vez em vez,

no contracanto,

uma só voz,

solando.

Aê-êêêêê.....!


 

Safada Fabio Malavoglia


Safada

Sim de Safo

a mais amada

das poetisas

de Afrodite

soberana

eu pretendo

finda a tarde

me apossar

e dançar

com teus pés

leves e nus

orvalhados

ao redor

desses altares

enluarados

como clâmide

esvoaçando

ao girar

de teu torso

de donzela

exaltada

pelo frenesi

do ardor

de adorar-Te

Deusa Mãe

de todo Amor

sob a Lua

sobre a grama

que em tapete

vem abrir

a clareira

ao branco bosque

dos abetos

dos carvalhos

e das faias

consagradas

de tua ilha

venturosa

entre as quais

sobre o topo

de altos montes

se espargem

de teu culto

circulares

os perímetros

dos quais

as santas chamas

sobre a terra

delimitam

com sua luz

o terreno

do Divino

entre o Profano

onde Tu

inteira

entregas

-Te ao Ser

que te faz

sem pudor

e de prazer

suspirar

e gemer

ao escrever.


 

Desagravo Fabio Malavoglia

As Musas insultadas

por sórdidos doutores,

usadas como escadas

a cargos promissores!

Descei, severas fadas,

tomai os corredores,

com as poesias aladas

varrei computadores,

até que reste nada

que não vossos favores!


 

A Mensagem Reencontrada Livro XXII, 30 Tudo o que pretende dirigir ou forçar a ARTE, a esteriliza e a mata.

 

Os Amantes das Música

Um conto dos sufis Vajid Ali Shah era um rei que amava tanto a música que sua corte estava sempre cheia de cantores, dançarinos e todos os tipos de instrumentistas.


Mas existia no reino um tocador de alaúde, o maior de todos, que nunca havia aceitado o convite do rei.

Um dia Vajid Ali Shah foi até ele pessoalmente pedir para ele tocar no palácio.


– Eu vou, disse o músico. Com uma condição: quando eu estiver tocando e cantando se alguém mexer a cabeça deverá ser decapitado.


O rei aceitou prontamente a condição e e no dia marcado anunciou a todos:


– Aqueles que quiserem vir devem saber que é muito perigoso. Os soldados estarão a postos com suas espadas para cortar a cabeça de quem fizer o menor movimento.


Todos no reino amavam a música, como o rei. Eram mais de dez mil pessoas. .Mas muitos ponderaram que era muito arriscado. Um simples mosquito, uma distração qualquer poderia levá-los à morte.


Apenas cinquenta compareceram ao concerto.


O músico começou a tocar tão maravilhosamente que pouco tempo depois algumas cabeças se mexeram, logo outras mais e por fim não havia ninguém na sala que não tivesse feito um movimento de cabeça.


O rei ficou muito aflito, afinal ele tinha dado sua palavra.


O músico terminou a primeira parte e Vajid Ali Shah foi até ele cheio de preocupação:


– Eu lhe fiz uma promessa, mas você acha justo cortar a cabeça de cinquenta pessoas? Tem certeza de que é isso mesmo que quer que eu faça?


O músico riu.


– Claro que não, Majestade! Fique tranquilo. Impus essa condição para que só os verdadeiros amantes da música viessem. Vou continuar a tocar para eles. Esse é o público que esperei durante toda minha vida. Essas são pessoas que escutando se esqueceram de si mesmas, se esqueceram até mesmo que corriam risco de morrer...


 

Um jardim em meio às chamas (recriação de Fabio Malavoglia sobre a tradução inglesa de Michael Sells)

Ó Maravilha, um jardim em meio às chamas! Meu coração pode agora adotar todas as formas: é pastagem das gazelas, um claustro para monges, Para os ídolos, chão sagrado, a Ka’aba para o peregrino buscador, as tábuas da Torah, os pergaminhos do Santo Corão. Eu sigo a Religião do Amor; seja qual for a rota que tome sua caravana: eis meu credo

e minha fé.




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